terça-feira, 23 de dezembro de 2014

UM FELIZ NATAL

QUE A PAZ ESTEJA PRESENTE EM TODOS OS LARES, NÃO SOMENTE NO NATAL E QUE O AMOR E A GRATIDÃO TOMEM CONTA DOS NOSSOS CORAÇÕES!




Trecho de Mensagem de Sri Prem Baba,  
um líder humanitário e mestre espiritual da antiga linhagem Sachcha que está a serviço da transformação planetária e da paz global, trabalhando através do exercício do amor e da compaixão para restabelecer e elevar os valores humanos, espirituais e sociais.

"Então, eu sugiro que, através do agradecimento, você dê esse passo em direção à felicidade e à proteção espiritual nesses tempos tão difíceis de transição. Agradeça a Deus pelo milagre de estar vivo e por tudo que você já pode agradecer. Lembre-se apenas que esse poder não pode ser acionado se o agradecimento for “da boca para fora”. Essa magia só é possível quando você se permite verdadeiramente sentir gratidão no seu coração. Assim, você se afina com a luz e com o amor. E é essa luz que vai dissolvendo os pactos com o mal que tem gerado tanto sofrimento na sua vida." 
(Mensagem de Sri Prem Baba para este momento de ápice do parivartam-http://www.sriprembaba.org/pt-br/mensagem-de-sri-prem-baba-para-este-momento-de-apice-do-parivartam)

NAMASTÊ!


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Hatha Yoga

Nos Yoga Sutras, a base do Raja yoga, ou yoga clássico, o mestre Patanjali diz que o objetivo da yoga é controlar a mente pra poder repousar na sua própria natureza.

O Hatha yoga ensina como purificar o corpo físico primeiro pra depois conseguir esse controle da mente que o Patanjali descreve como meta do yoga. Ou seja, o Hatha yoga prepara o praticante pros estados mais altos de consciência descritos nos Yoga Sutras e outras escrituras. A prática ajuda purificar o corpo e os seus elementos em preparação pra meditação.

O Hatha yoga começou a surgir na Índia por volta de 600 d.C., apesar de existirem umas referências à prática nas antigas escrituras védicas.

Existem diversas escrituras sobre o Hatha yoga, escritas entre os séculos 6 e 15 d.C.. Talvez o mais importante seja o Hatha Yoga Pradipika do mestre Swatmarama. Pradipika significa “o que ilumina” ou “auto-iluminação”. O Swatmarama elimina da prática de Hatha yoga os primeiros dois ramos do yoga clássico de Patanjali, que são os yamas e niyamas, as condutas éticas. Concentra-se na preparação do corpo.

A primeira coisa que manda fazer são os seis:
shatkarmas, ou kriyas, exercícios que purificam o corpo inteiro - estômago, intestinos, sistema nervoso e outros – como o kapalbhati e trataka.  Só depois da purificação física que deve-se disciplinar e controlar a mente.

Depois dos shatkarmas , o praticante de Hatha yoga deve fazer asana e pranayama, postura física e controle da respiração pra expandir a energia vital. 

Asana e pranayama são disciplinas fortes que purificam os elementos sutis do corpo, os nadis (canais energéticos), os chakras (centros energéticos), o fluxo de prana (força vital), o sistema nervoso todo. Segundo o Hatha yoga é essencial harmonizar esses elementos antes de alcançar estados mais altos como a meditação.

Após asana e pranayama vêm os mudras, gestos psíquicos que direcionam a energia vital, e os bandhas, chaves energéticas. E isso tudo leva o praticante à pratyahara, a interiorização dos cinco sentidos que é necessário pra concentração e a meditação.

Quando o corpo está purificado e livre de impureza, os canais energéticos funcionam direito e a energia vital flui sem encontrar bloqueios. Por isso que o Hatha yoga é uma preparação pro yoga clássico do Patanjali. Cria o equilíbrio necessário pra elevar a consciência.

A palavra hatha é feita de dois beeja mantras:
ha e tha.

- representa o prana (o corpo), e
tha - representa a mente.
Ha  -é o sol, a força masculina e a energia positiva, e tha - é a lua, a força feminina e a energia negativa . 

Então Hatha yoga  quer dizer a união dessas duas forças, do prana e da mente. Tem como objetivo harmonizar e equilibrar as duas energias.

Quando a união (a harmonia) dessas duas energias acontece, a consciência é elevada e o despertar começa.

Essas duas forças estão presentes em tudo que está vivo. Pode se chamar também de prakriti e purusha, shakti e shiva, e yin e yang. Em Hatha yoga se chamam de ida e pingala.


Ida é a energia lunar (feminina, negativa)e 

pingala a solar (masculina, positiva). 

Quando as duas entram em equilíbrio, uma força maior, que é neutra, chamada de shushumna, é ativada. 

O shushumna é o canal energético mais importante que passa dentro da coluna vertebral. Só quando o shushumna desperta pode-se realmente entrar em um estado meditativo.

O Hatha yoga então é a união de corpo (pingala) e mente (ida) com o Ser, o espírito (shushumna). 

Essa união acontece no sexto chakra, ajna, e simultaneamente desperta o primeiro chakra, mooladharaÉ no mooladhara chakra que se encontra a reserva de energia vital, também chamada de kundalini ou shakti

Despertar essa energia é então o objetivo do Hatha yoga.

Depois que desperta, essa energia começa subir pelo shushumna, passando pelos chakras todos, até chegar no sétimo chakra na coroa da cabeça, sahasrara. A ascensão pode ser rápida ou mais devagar. Quando a energia kundalini alcança o sétimo chakra se une com a consciência suprema. Isso é o Yoga, a união. 

Então o Hatha yoga leva o praticante a alcançar o Yoga, a união.

O corpo é uma manifestação da mente que é uma manifestação do espírito. Matéria se transforma em energia e vice-versa. O corpo pode se transformar em espírito e espírito em matéria.

Corpo, mente e espírito são um. Namastê!



sexta-feira, 29 de agosto de 2014

AHIMSA


Ultimamente tenho refletido no ensinamento yoguico de ahimsa.

Ahimsa quer dizer não violência. É a primeira conduta ética do yoga e a base para prática toda.

Para mim, além da não violência, ahimsa é o amor, o grande amor divino que está dentro de todos nós, o despertar do coração, como diz o grande mestre Sri Prem Baba.

O dharma do ser humano é amar!

O primeiro passo é acabar com a violência interna, com o auto julgamento, a culpa, a preocupação, e viver no presente, no aqui e agora. Quando se consegue acabar com a violência interna, naturalmente diminuem os hábitos que criam a violência externa, inclusive contra os animais.

Tem muitos tipos de violência, mas no fim das contas, são todos uma violência só. Claro que tem a violência ativa, concreta, mas tem também a violência passiva, quando a gente machuca os outros, mesmo de um jeito sutil.

O principio da não violência consiste em evitar a crueldade e a agressividade nos pensamentos, palavras e ações. É criar harmonia entre essas camadas do ser e levar uma vida com integridade. É harmonia com a vida e a natureza. É sentir amor para com os outros e para com si mesmo, ou seja, pensar, falar e fazer com amor, sem machucar ninguém.

Se for puro e vier do coração, ahimsa nos liberta.

Sri Prem Baba diz: Ahimsa é o remédio que esse planeta precisa. A compaixão é o remédio e ahimsa é compaixão. Mas, esse conceito precisa ser melhor compreendido. Ahimsa não é cruzar os braços e ficar esperando que as coisas acontecam. Ahimsa, muitas vezes, envolve ação, atitude. Mas, é uma ação que nasce do coração – é espontânea e sempre vem com sabedoria e compaixão. Nao é o ódio ou o medo que está se manifestando.

No Yoga Sutra 2.35, Patanjali explica que quando o praticante de yoga se estabelece em ahimsa, ou seja, quando tem uma atitude interna de não violência, outras pessoas a seu redor abandonam agressão e hostilidade. É um processo natural, automático. A vibraçãao de não-violência acaba influenciando os outros.

O praticante de yoga deve observar o ahimsa no seu dia a dia e nas aulas, não sendo violento com o corpo, não ultrapassando seus limites e respeitando suas possibilidades. Deve sempre ter intenções boas e evitar o julgamento e o preconceito.

Ahimsa quer dizer também não criticar, nem mesmo as pessoas violentas, eliminar todo julgamento mesmo.

No Yoga Sutra 2.34, Patanjali diz que devemos cultivar o oposto das nossas atitudes negativas para ter resultados positivos. Por exemplo, no caso de ahimsa, você pode sentir a vontade de machucar ou criticar o outro, mas deve se lembrar que tal pensamento ou ação só cria sofrimento. Então o melhor a fazer é não se deixar levar por esses pensamentos ruins e pensar em algo positivo que poderia estar modificando a situação.

Tente usar teus dons e talentos pra promover ahimsa. Concentre-se de dentro pra fora. Libere-se de violência e crueldade e expanda a tua consciência permitindo que o amor possa fluir em você e ao seu redor.

Ahimsa me lembra também outro ensinamento yoguico de amor, mudita. É a habilidade de sentir alegria com a boa sorte ou boas ações dos outros.

No Yoga Sutra 1.33, Patanjali nos aconselha a ter alegria na virtude de outros como uma maneira de desenvolver e manter a calma da mente. O fato é que o maior obstáculo para sentir alegria é a negatividade que mantemos em relação a nos mesmos. Quando você se julga, compara-se a outros ou inveja os outros, perpetua um sentimento de solidão e deficiência. O espírito de mudita afirma que você merece ser feliz simplesmente porque voce é.

Então o primeiro passo é acabar com a violência interna e sentir o amor no teu coracao!

Feche teus olhos, inspire e expire lentamente, e deixe o teu peito abrir. Sinta o coração expandir com amor divino, com luz rosa...

Que o ahimsa possa se desenvolver em nós todos. Namastê!.

domingo, 24 de agosto de 2014

Yogacharya BKS Iyengar


"Estou velho, e a morte se aproxima inevitavelmente. Mas tanto o nascimento quanto a morte estão além da vontade de um ser humano. Eles não são o meu domínio. Eu não penso nisso. Yoga me ensinou apenas a trabalhar para viver uma vida útil." (Do “Luz na Vida”)


BKS Iyengar faleceu às 03h15 em Pune, na Índia, em 20 de agosto de 2014.
Ele deixa em seu rastro um notável legado de milhares de professores, incluindo seus próprios filhos Geeta Iyengar e Prashant Iyengar e sua neta, Abhijata.

“Quando eu pratico, sou um filósofo. Quando eu ensino, sou um cientista. Quando eu demonstro, sou um artista. – BKS Iyengar”

Desde sua juventude, dedicou sua vida à prática e ao ensino do Yoga. Reconhecido mundialmente como "Maestro do Yoga", suas obras foram traduzidas para vários idiomas, tornaram-se referências indiscutíveis para todo praticante de Yoga.

Através da sua imensa capacidade intelectual e espiritual, B.K.S. Iyengar criou a técnica e os princípios que subjazem à tão conhecida variante de yoga, o Iyengar yoga. A modalidade tem como objectivo essencial aproximar a prática de yoga de qualquer humano, ainda que tenha especiais dificuldades no exercício físico.

Na sua infância, B.K.S. Iyengar foi vítima de malária, tuberculose e febre tifóide. Foi introduzido ao Yoga com 16 anos pelo seu GuruSri T. Krishnamacharya e aos 18 anos foi enviado para Pune, Maharashtra para ensinar yoga uma vez que tinha alguns conhecimentos de inglês. Ao longo dos anos a sua prática e experiência entusiasmou diversos praticantes e deixou um amplo acervo de sua obra.

"_ Eu acho, mesmo, que o Iyengar Yoga não é para todo mundo. (Mas concordo que o yoga é para todos!) Iyengar Yoga é para aquele tipo de pessoa que se compraz em ver, analisar, avaliar, que enxerga nos detalhes o alento da vida, que vê nas minúcias as flores do caminho." (Luz da Vida)

Grande mestre que eu admiro e tive a honra de conhecer na Índia em 2008.
Respeito e Gratidão!

quinta-feira, 31 de julho de 2014

CONSCIENTIZAÇÃO DOS ISQUIOTIBIAS

Alongamento sentado e os isquiostibiais

Outro dia passeando pela internet deparei com um vídeo interessante e resolvi compartilhar, pois quanto mais consciente estamos dos movimentos que fazemos quando praticamos yoga, melhor e mais eficaz serão os seus benefícios.


Apesar de ser em inglês e não ser específico de yoga, tem uma linguagem visual bastante esclarecedora do que ocorre quando dobramos a coluna em cima das pernas, de maneira incorreta, criando estresse na coluna lombar e pressão nas vértebras. Demonstra, também, como alongar os isquiostibias de forma eficiente e faz um teste para verificar o comprimento deles. A animação compara a performance das duas posturas e a maneira correta de alongar-se desde o ponto em que as nádegas encostam no chão,  firmando os ísquios, as coxas e as penas no chão, dobrando-se corretamente, desde a região lombar e mantendo a coluna côncava. Como costumo dizer, evite flexionar da cintura.

Na prática de yoga temos um ásana chamado Paschimottanasana, em que utilizamos essa postura, que alonga a coluna, e a força vital alcança todo o corpo. 
Os benefícios do ásana são muitos. Descança e massagea o coração, acalma as glândulas adrenais, tonifica os rins, a bexiga e o pâncreas, ativa o fígado preguiçoso e melhora o funcionamento do sistema digestivo, ajuda a tratar da impotência, estimula os ovários, o útero e todo sistema reprodutor.

Espero que também apreciem! 
Namastê!


sexta-feira, 13 de junho de 2014

SWADHYAYA - Autoestudo

Gostei demais dessa matéria da revista Yoga Journal  (ediçã 061, maio/junho 2014, por Osnir Cugenotta); trata-se do quarto niyama, swadhyaya,  um dos conceitos básicos da Yoga, e importantissimo pra qualquer praticante de yoga dedicado! Espero que gostem também...

Autoestudo leva a equanimidade

Estabilidade mental como chave para enfrentar altos e baixos

Para o Yoga é imprescindível desenvolver ao máximo a nossa consciência, pois ela amplia o nosso entendimento sobre os fatos que se apresentam no cotidiano, possibilitando-nos viver de forma mais apropriada e nos adequar com equanimidade a cada uma das situações com que a vida nos presenteia.

Entre muitas das ferramentas que o Yoga possui para atingirmos esse estado de consciência, uma delas é denominada swadhyaya, o estudo de si mesmo e das escrituras. Ambos se complementam, dando-nos a certeza de que estamos indo no caminho correto.

Embora existam outros, há dois textos de fundamental importância no desenvolvimento dessa consciência:  sem dúvida alguma, a Bhagavadgita e o Yoga Sutra de Patanjali.

Assim como Krishna na Gita, Patanjali nos aponta claramente a diferença entre nossa verdadeira natureza e nossa situação transitória, quando no terceiro sutra do primeiro capítulo diz: “Tada drastuh svarupe vasthanam”, ou seja, “Então o observador repousa em sua própria natureza”, deixando claro que existem duas realidades diferentes; uma é a que nos verdadeiramente somos – e esta é eterna – e a outra é a que nos estamos – e esta é transitória.

A ausência dessa percepção faz com que nosso ego, que poderia ser utilizado apenas para as atividades no mundo externo e prático, seja interiorizado, deixando de ser um ponto de referência e passando assim a ser ponto de autoafirmação.

Isso, por sua vez, faz surgir todos os medos, apegos, inseguranças e agitações mentais que impossibilitam, cada vez, mais perceber em realidade quem nos somos.

Nesse estado de confusão, nós nos esquecemos de que somos quem está olhando para o espelho e não a imagem refletida nele. Nas palavras de Patanjali: “Virtti sarupyam itaratra”, ou seja, “Existe a identificação do observador com o objeto observado”.

Quando o yogi, por meio da sua prática, realiza a verdade, percebe claramente a diferença entre quem ele é e quem ele está. Por isso todos os acontecimentos do cotidiano são vistos com outros olhos, como descreve Krishna na Bhagavadgita, 2.56: “Aquele cuja mente não se abala diante das aflições, nem se exalta diante de situações favoráveis, livre de apegos, medo e ira, é considerado um sábio, pois tem uma mente estável”.

Essa estabilidade mental proporciona a clareza necessária para percebermos quem nós somos e quem temporariamente estamos, e que na vida tudo é como é, e não como nós gostaríamos que fosse. Mais ainda, isso nos possibilita entender quando as coisas podem ser modificadas ou quando necessitam apenas ser compreendidas!

Osnir Cugenotto edita o site www.yogamarga.com.br e dá iniciação em Kriya Yoga, aulas e workshops em todo o Brasil

Gratidão!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

MANTRAS


Mantra é uma palavra em sânscrito que significa “controle da mente” ou”liberação da mente” (man-mente, tra-controle/liberação). Vamos lembrar que o objetivo da Yoga, como explicado pelo grande sábio Patanjali nos Yoga Sutras, é a parada das ondas mentais, ou seja, o controle da mente.

O mantra é um som entoado (recitado ou cantado) repetidamente de forma a auxiliar a concentração durante a meditação. Mantra pode ser qualquer som, sílaba, palavra, frase ou texto que tem um poder específico. Além de facilitar a concentração e meditação, existem mantras para energizar, para adormecer ou despertar, para desenvolver chakras ou vibrar canais energéticos a fim de desobstruí-los.

Entoar mantra cria vibrações energéticas que aumentam a consciência e levam o praticante de yoga mais próximo ao seu Eu verdadeiro (a Verdade). O Eu não se revela através do intelecto, mas pode ser revelado entoando mantra. E quando se realiza o Eu não precisa-se de mais nada!

Ao longo dos anos, os ocidentais que chegaram ao oriente tentaram explicar porque os mantras produzem os efeitos esperados. Alguns psicólogos ocidentais defendem que o mantra possui uma energia sonora que movimenta outras energias que envolvem quem o entoa. Blofeld, que estudou por dentro as culturas indiana e chinesa, notou que não é necessário saber o significado das palavras ditas. Também observou que não importa a correção da pronúncia: encontrou o mesmo mantra entoado de forma muito diferente em países diversos, e sempre produzindo os efeitos esperados.

Não precisa ser hindu ou budista para entoar mantra. Qualquer um pode os entoar. Mantra ajuda estabelecer uma relação entre o teu ser e a Verdade. Leva a iluminação.

A minha querida profesora Mata-ji, do Santosh Puri Ashram, dizia que mantra é um grande poder que deve virar hábito para qualquer praticante dedicado de yoga. Ela sugeriu entoar o pranava OM sete vezes todo dia de manha. OM é a base de todo mantra; é o som original e nos ajuda realizar o nosso Prana. (Ve postagem sobre o significado de OM.)

Se tiver com a mente muito agitada pode-se transformar os pensamentos em mantra. Experimente! Repita OM para acalmar a mente, ou talvez Om Namah Shivayah (Eu saudo o divino dentro de mim), ou Om Shanti Om (Om Paz Om).

O meu mantra preferido é o Gayatri:

OM Bhur Bhuvah Swahat Tat Savitur Varenyam Bhargo Devasya Dhimahi Dhiyo yo nah Prachodayat 
Eu saúdo o lindo sol, fonte original de energia vital. Que ele possa iluminar, purificar e inspirar meu intelecto.

Clique aqui para ouvir o Gayatri Mantra

Tente sentir a vibração sutil do mantra dentro de ti.

OM SHANTI, NAMASTÊ E BOAS PRÁTICAS!

terça-feira, 1 de abril de 2014

SURYA NAMASKARA (Saudações ao Sol)



A palavra sanskrita Surya quer dizer sol e Namaskara saudações. Surya Namaskara é uma prática antiga que foi passada pelos sábios de geração em geração desde a época védica mais de três mil anos atrás. O sol simboliza a consciêcia espiritual e no passado era venerado diariamente. Na yoga o sol e representado pelo pingala nadi, o canal energético (prânico) que transporta a força vital.

Surya Namaskara é uma prática espiritual completa. Inclui um grupo dinâmico de posturas físicas (asana), técnicas respiratórias (pranayama), cantos devocionais (mantra) e meditação. É um dos melhores jeitos de desenvolver uma vida saudável, vital e ativa, enquanto simultaneamente ajuda preparar o praticante pro crescimento espiritual e a expansão de consciência.

É ideal praticar o Surya Namaskara de manhã, quando o sol está nascendo, mas pode-se fazer em qualquer horário de estômago vazio. A prática alonga, massageia e firma todos os músculos, as articulações e os órgãos internos do corpo. Tem também um efeito revitalizador na energia solar do corpo que flui pelo pingala nadi. A prática regular do Surya Namaskara regula o pingala nadi. Isso desenvolve um sistema energético equilibrado nos níveis físico e mental.

Surya Namaskara gera prana, a energia sutil que ativa o corpo psíquico. Quando a prática é feita corretamente reflete os ritmos naturais do universo: as 24 horas do dia e os doze meses do ano. (As doze posturas do surya namaskara são feitas duas vezes pra completar um ciclo completo.)

A prática tem muitos benefícios:
  • Fortalece as costas e ajuda equilibrar o metabolismo. 
  • Estimula e equilibra todos os sistemas do corpo, inclusive o reprodutório, circulatório, respiratório, digestivo e endócrino.
  • Sincroniza a respiração com os movimentos fisicos. 
  • Garante que o praticante respire profundamente, aumentando o fluxo de sangue oxigenado ao cérebro. 
Antes de iniciar a prática de Surya Namaskara é importante ter consciência do corpo, tentar sentí-lo como uma unidade homogênia; perceber os pés no chão e a força da gravidade que puxa pra baixo, deixar toda e qualquer tensão descer e sair das plantas dos pés, e simultaneamente sentir a força vital subindo da terra e penetrando o corpo todo. Daí, com consciência ou no coraçãao ou no centro das sombrancelhas, visualizar o sol brilhando, inspirando o corpo e mente com raios vitais e curativos.

Cada uma das doze posturas do Surya Namaskara trabalha um centro energético (chakra). É interessante visualizar uma luz dourada ou a própria luz do sol na região do chakra. Tente manter os olhos fechados.


Na primeira posição a consciência fisica é no peito e a consciência espiritual no anahata chakra (coração). Essa posição é importante pra criar um estado de concentração e sossego.


Na segunda posição a consciência física é na expansão dos pulmões e no alongamento do abdômen e a consciência espiritual no vishuddhi chakra (garganta). 



Na terceira posição a consciência física é nas costas e região pélvica e a consciência espiritual no swadhisthana chakra (cóccix/sacro).



    Na quarta posição a consciência física é no alongamento da coxa e a consciência espiritual no ajna chakra (entre as sombrancelhas)



    Na quinta posição a consciência física é no alongamento das pernas, nos ombros, na garganta e no quadril, e a consciência espiritual no vishuddhi chakra (garganta). 




      Na sexta posição a consciência fisica é no abdomen e a consciência espiritual no manipura chakra (abdome)



      Na sétima posição a consciência fisica é no relaxamento da coluna vertebral e a consciencia espiritual no swadhisthana chakra (cóccix/sacro).


      Da oitava até a décima segunda posição repetem a consciência da quinta até a primeira posição.

      Surya Namaskara pode variar de acordo com a escola. A descrição aqui descrita é baseada na escola Bihar ou Satyananda.
        Boa prática!
        Muita luz! Namastê!

      segunda-feira, 10 de março de 2014

      PRANAYAMA + ÁSANAS - UNINDO RESPIRAÇÃO E MOVIMENTO

       


      A Yoga é a busca do Eu verdadeiro. Na prática, a respiração é o elo entre o corpo e a alma. Com cada inspiração o praticante recebe prana (energia vital). Isso influência todas as células e o cérebro e cria uma ponte entre as partes conscientes e inconscientes da mente. Com cada exalação o praticante entrega o ego ao Eu verdadeiro.

      Movimento é a manifestação de prana no plano fisico, e a prática de ásana (postura fisica)remove as obstruções que impedem o fluxo de prana.

      Segundo o grande mestre indiano Desikachar, o primeiro passo de uma prática de yoga é ligar conscientemente respiração e corpo.

      Normalmente não prestamos atenção à nossa respiração, ela é automática, mas quando fazemos uma prática de ásanadevemos ter consciência desse processo para que respiração e movimento sejam coordenados.

      “É somente quando colocamos corpo, respiração e mente em harmonia que compreendemos a verdadeira qualidade de um ásana.” Desikachar, em O Coração do Yoga

      Encontrar o elo natural entre respiração e movimento é o aspecto mais importante da prática de um ásana, onde a respiração, conscientemente dirigida às posturas, apóia e fortalece a coordenação natural entre ambas.

      Quando expiramos, as costelas recuam, o diafragma se ergue e o ventre recolhe-se em direção à coluna. Numa flexão para frente (ou contração), podemos observar que o mesmo movimento acontece, as costelas recuam e o ventre é empurrado para trás em direção à coluna. O mesmo acontece nas torções, pois quando a coluna e as costelas giram, o espaço entre elas reduz, a área abdominal é comprimida e o diafragma move-se para cima. Sendo assim, quando expiramos ao realizarmos uma torção ou uma flexão para frente estaremos seguindo o padrão natural da respiração.

      Já nas retroflexões ou posturas com curvaturas para trás (expansões), o movimento das costelas eleva o peito e faz com que a coluna se curve para trás. Uma inspiração em combinação com essas posturas torna os movimentos mais fáceis e efetivos.

      Então, para ligarmos respiração e movimento é só seguir as regras básicas:

      Contração – Expiração
      Expansão - Inspiração

      Quem vai definir a velocidade do movimento é a duração da respiração. Essa integração torna-se natural com o tempo.


      Muitas vezes usamos a respiração de acordo com a parte que queremos ajustar e isso faz uma diferença muito grande para a postura, pois estaremos gerenciando a nossa corrente prânica para uma área específica. Em uma mesma posição podemos ter enfoques completamente diferentes de prana, dependendo do objetivo que cada um pretende, relaxar, abrir o peito, aliviar uma dor...

      Existe uma técnica respiratoria(pranayama) chamada ujjayi que permite ouvir e sentir a respiração, enquanto ela se torna mais profunda e longa. Se fazemos o ujjayi durante a prática de ásana ficamos mais próximos da nossa respiração. Estreitando o fluxo de ar na garganta e produzindo um som suave, constante e sereno, como o ronronar de um gato, essa técnica traz uma sensação de bem-estar e leveza e ajuda na concentração.

      Lembrem sempre, Yoga é uma prática pessoal, onde observamos, sem julgamento, o que estamos fazendo e como estamos fazendo; ou seja, devemos sempre ficar atentos nas nossas ações.

      Yoga é integração entre corpo, respiração e mente.Quando a mente se torna sossegada e o prana flui nos nadis (canais energeticos) e nos chakras (centros energeticos), o praticante desenvolve a consciência e o auto-conhecimento.








      quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014


      Hoje, 27 de feveriero de 2014, dedicamos um mantra especial para nossa querida mestra Arianna, que muito tem iluminado os nossos dias, com seu carinho, amor e dedicação. 

      Que essa nova idade, traga ainda mais sabedoria para compartilhar conosco!






      quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

      Índia


      “A Verdade será vitoriosa” é a base da filosofia indiana. Onde há luz não pode haver escuridão. Luz é amor. Luz é sabedoria. Luz é dharma. E o dharma mais nobre é viver a tua essência verdadeira. Om Nama Shivaya.

      No início desse ano passei quinze dias no Santosh Puri Ashram em Haridwar, no norte da Índia, estudando Yoga e Vedanta. Os Vedas formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo e representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-europeia, escritos por volta de 1500 a.C. Vedanta é a parte final dos Vedas onde se encontram os Upanishads, a essência do yoga. Veda quer dizer com discernimento; Upanishads quer dizer sentado com a Verdade.
      E é isso aí. Sente-se, medite e conheça a Verdade: o teu Eu imortal (atman), a paz e a harmonia interior.
      Temos muitos eu’s inferiores que tentam tampar o nosso Eu verdadeiro. (Por exemplo, eu Arianna, eu mulher, eu professora, eu alegre, ou triste...)  Esses eu’s todos são condicionados e inconstantes; são do mundo externo. Mas o Eu verdadeiro não; ele é incondicional e permanente. Imortal.
      No mundo externo a felicidade também é condicionada e inconstante. O mundo é cheio de dualidade: felicidade e tristeza, frio e calor, noite e dia, amor e ódio. Um é condicionado no outro, depende do outro. Mas o conhecimento do atman, do Eu superior, leva a felicidade verdadeira e incondicional. Leva a um estado de amor a onde você experiência a Igualdade e a Unidade de todos, a onde não existe mais a separação. Só o infinito.

      A minha professora falou assim: Escondido no coração de todo ser é o Eu, e quem conhece o Eu não precisa de mais nada. Abre as portas do teu coração e deixe entrar a energia cósmica. As limitações individuais se transformarão em consciência sutil. Aceite o presente. A liberação é o contentamento. Santosha.
      Meditação. Puja e Aarati (cerimônias de devoção diárias às 5:00hs e 19:00hs). Dissolve-se no divino. Você vira o que você pensa. Você descobre que não é só corpo. O corpo físico morre, mas o atman é imortal.
      O maior inimigo é o Ego. O ego é conectado ao corpo, aos cinco sentidos. É ilusão. A maioria de nós esta tão ligada aos sentidos que nos esquecemos da Verdade. Na meditação podemos afastar-nos dos sentidos, da mente, do mundo externo e encontrar o sentido da vida. Na meditação podemos afastar-nos do corpo. Perder o apego. Não é possível conhecer o verdadeiro Eu com a mente. Os sentidos só conhecem o mundo externo; não conseguem olhar para dentro. Tem que fechar os olhos e abrir o terceiro olhar (interno) para enxergar a alma. Quem conhece a alma, e não só o corpo e a mente, vive em paz, com alegria.
      Se você depende de alguma coisa ou pessoa para ser feliz você não está livre. O corpo depende de muita coisa, mas a alma não: ela é independente, livre e infinita. A sabedoria verdadeira é esse conhecimento. O conhecimento do Eu. Amor. Compaixão. Imortalidade.
      E daí pode enxergar o Eu em todos os seres e viver em União.
      Yoga é união.
      Tenha fé. Não duvide. Entregue.
      O melhor professor é o teu Eu.
      OM Shanti Shanti Shanti.