“A Verdade será vitoriosa” é
a base da filosofia indiana. Onde há luz não pode haver escuridão. Luz é amor.
Luz é sabedoria. Luz é dharma. E o
dharma mais nobre é viver a tua essência verdadeira. Om Nama Shivaya.
No início desse ano passei quinze
dias no Santosh Puri Ashram em Haridwar, no norte da Índia, estudando Yoga e
Vedanta. Os Vedas formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo e representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-europeia, escritos por volta de 1500 a.C. Vedanta é a parte final dos Vedas onde se encontram os Upanishads, a essência do yoga. Veda quer dizer com discernimento; Upanishads quer dizer sentado com a Verdade.
E é isso aí. Sente-se,
medite e conheça a Verdade: o teu Eu imortal (atman), a paz e a harmonia interior.
Temos muitos eu’s inferiores
que tentam tampar o nosso Eu verdadeiro. (Por exemplo, eu Arianna, eu mulher,
eu professora, eu alegre, ou triste...) Esses eu’s todos são condicionados e
inconstantes; são do mundo externo. Mas o Eu verdadeiro não; ele é
incondicional e permanente. Imortal.
No mundo externo a
felicidade também é condicionada e inconstante. O mundo é cheio de dualidade:
felicidade e tristeza, frio e calor, noite e dia, amor e ódio. Um é condicionado no outro,
depende do outro. Mas o conhecimento do atman, do Eu superior, leva a
felicidade verdadeira e incondicional. Leva a um estado de amor a onde você experiência
a Igualdade e a Unidade de todos, a onde não existe mais a separação. Só o
infinito.
A minha professora falou
assim: Escondido no coração de todo ser é o Eu, e quem conhece o Eu não precisa
de mais nada. Abre as portas do teu coração e deixe entrar a energia cósmica.
As limitações individuais se transformarão em consciência sutil. Aceite o
presente. A liberação é o contentamento. Santosha.
Meditação. Puja e Aarati (cerimônias
de devoção diárias às 5:00hs e 19:00hs). Dissolve-se no divino. Você vira o que
você pensa. Você descobre que não é só corpo. O corpo físico morre, mas o atman
é imortal.
O maior inimigo é o Ego. O
ego é conectado ao corpo, aos cinco sentidos. É ilusão. A maioria de nós esta tão
ligada aos sentidos que nos esquecemos da Verdade. Na meditação podemos
afastar-nos dos sentidos, da mente, do mundo externo e encontrar o sentido da vida.
Na meditação podemos afastar-nos do corpo. Perder o apego. Não é possível
conhecer o verdadeiro Eu com a mente. Os sentidos só conhecem o mundo externo;
não conseguem olhar para dentro. Tem que fechar os olhos e abrir o terceiro
olhar (interno) para enxergar a alma. Quem conhece a alma, e não só o corpo e a
mente, vive em paz, com alegria.
Se você depende de alguma
coisa ou pessoa para ser feliz você não está livre. O corpo depende de muita
coisa, mas a alma não: ela é independente, livre e infinita. A sabedoria
verdadeira é esse conhecimento. O conhecimento do Eu. Amor. Compaixão.
Imortalidade.
E
daí pode enxergar o Eu em todos os seres e viver em União.
Yoga
é união.
Tenha
fé. Não duvide. Entregue.
O
melhor professor é o teu Eu.