sexta-feira, 13 de junho de 2014

SWADHYAYA - Autoestudo

Gostei demais dessa matéria da revista Yoga Journal  (ediçã 061, maio/junho 2014, por Osnir Cugenotta); trata-se do quarto niyama, swadhyaya,  um dos conceitos básicos da Yoga, e importantissimo pra qualquer praticante de yoga dedicado! Espero que gostem também...

Autoestudo leva a equanimidade

Estabilidade mental como chave para enfrentar altos e baixos

Para o Yoga é imprescindível desenvolver ao máximo a nossa consciência, pois ela amplia o nosso entendimento sobre os fatos que se apresentam no cotidiano, possibilitando-nos viver de forma mais apropriada e nos adequar com equanimidade a cada uma das situações com que a vida nos presenteia.

Entre muitas das ferramentas que o Yoga possui para atingirmos esse estado de consciência, uma delas é denominada swadhyaya, o estudo de si mesmo e das escrituras. Ambos se complementam, dando-nos a certeza de que estamos indo no caminho correto.

Embora existam outros, há dois textos de fundamental importância no desenvolvimento dessa consciência:  sem dúvida alguma, a Bhagavadgita e o Yoga Sutra de Patanjali.

Assim como Krishna na Gita, Patanjali nos aponta claramente a diferença entre nossa verdadeira natureza e nossa situação transitória, quando no terceiro sutra do primeiro capítulo diz: “Tada drastuh svarupe vasthanam”, ou seja, “Então o observador repousa em sua própria natureza”, deixando claro que existem duas realidades diferentes; uma é a que nos verdadeiramente somos – e esta é eterna – e a outra é a que nos estamos – e esta é transitória.

A ausência dessa percepção faz com que nosso ego, que poderia ser utilizado apenas para as atividades no mundo externo e prático, seja interiorizado, deixando de ser um ponto de referência e passando assim a ser ponto de autoafirmação.

Isso, por sua vez, faz surgir todos os medos, apegos, inseguranças e agitações mentais que impossibilitam, cada vez, mais perceber em realidade quem nos somos.

Nesse estado de confusão, nós nos esquecemos de que somos quem está olhando para o espelho e não a imagem refletida nele. Nas palavras de Patanjali: “Virtti sarupyam itaratra”, ou seja, “Existe a identificação do observador com o objeto observado”.

Quando o yogi, por meio da sua prática, realiza a verdade, percebe claramente a diferença entre quem ele é e quem ele está. Por isso todos os acontecimentos do cotidiano são vistos com outros olhos, como descreve Krishna na Bhagavadgita, 2.56: “Aquele cuja mente não se abala diante das aflições, nem se exalta diante de situações favoráveis, livre de apegos, medo e ira, é considerado um sábio, pois tem uma mente estável”.

Essa estabilidade mental proporciona a clareza necessária para percebermos quem nós somos e quem temporariamente estamos, e que na vida tudo é como é, e não como nós gostaríamos que fosse. Mais ainda, isso nos possibilita entender quando as coisas podem ser modificadas ou quando necessitam apenas ser compreendidas!

Osnir Cugenotto edita o site www.yogamarga.com.br e dá iniciação em Kriya Yoga, aulas e workshops em todo o Brasil

Gratidão!