Gostei demais dessa
matéria da revista Yoga Journal (ediçã 061, maio/junho 2014, por Osnir
Cugenotta); trata-se do quarto niyama,
swadhyaya,
um dos conceitos básicos da Yoga, e importantissimo pra qualquer praticante de yoga dedicado!
Espero que gostem também...
Autoestudo leva a equanimidade
Estabilidade mental como chave para enfrentar
altos e baixos
Para o Yoga é
imprescindível desenvolver ao máximo a nossa consciência, pois ela amplia o nosso
entendimento sobre os fatos que se apresentam no cotidiano, possibilitando-nos
viver de forma mais apropriada e nos adequar com equanimidade a cada uma das
situações com que a vida nos presenteia.
Entre muitas das
ferramentas que o Yoga possui para atingirmos esse estado de consciência, uma
delas é denominada swadhyaya, o
estudo de si mesmo e das escrituras. Ambos se complementam, dando-nos a certeza
de que estamos indo no caminho correto.
Embora existam outros,
há dois textos de fundamental importância no desenvolvimento dessa consciência: sem dúvida alguma, a Bhagavadgita e o Yoga Sutra
de Patanjali.
Assim como Krishna na Gita, Patanjali nos aponta claramente a
diferença entre nossa verdadeira natureza e nossa situação transitória, quando
no terceiro sutra do primeiro
capítulo diz: “Tada drastuh svarupe vasthanam”, ou seja, “Então o observador
repousa em sua própria natureza”, deixando claro que existem duas realidades
diferentes; uma é a que nos verdadeiramente somos – e esta é eterna – e a outra
é a que nos estamos – e esta é transitória.
A ausência dessa
percepção faz com que nosso ego, que poderia ser utilizado apenas para as
atividades no mundo externo e prático, seja interiorizado, deixando de ser um
ponto de referência e passando assim a ser ponto de autoafirmação.
Isso, por sua vez, faz
surgir todos os medos, apegos, inseguranças e agitações mentais que
impossibilitam, cada vez, mais perceber em realidade quem nos somos.
Nesse estado de confusão,
nós nos esquecemos de que somos quem está olhando para o espelho e não a imagem
refletida nele. Nas palavras de Patanjali: “Virtti sarupyam itaratra”, ou seja,
“Existe a identificação do observador com o objeto observado”.
Quando o yogi, por meio da sua prática, realiza a
verdade, percebe claramente a diferença entre quem ele é e quem ele está. Por
isso todos os acontecimentos do cotidiano são vistos com outros olhos, como
descreve Krishna na Bhagavadgita,
2.56: “Aquele cuja mente não se abala diante das aflições, nem se exalta diante
de situações favoráveis, livre de apegos, medo e ira, é considerado um sábio,
pois tem uma mente estável”.
Essa estabilidade mental
proporciona a clareza necessária para percebermos quem nós somos e quem temporariamente
estamos, e que na vida tudo é como é, e não como nós gostaríamos que fosse.
Mais ainda, isso nos possibilita entender quando as coisas podem ser
modificadas ou quando necessitam apenas ser compreendidas!
Osnir Cugenotto edita
o site www.yogamarga.com.br e dá
iniciação em Kriya Yoga, aulas e workshops em todo o Brasil
Gratidão!